terça-feira, 4 de agosto de 2009

Fábrica Bordalo Pinheiro recebe visita de Ministro da Cultura


O ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, após uma visita ao Museu e à fábrica Bordalo Pinheiro, manifestou a disponibilidade do ministério em encontrar soluções de viabilização da unidade e a sua transformação num pólo educativo, cultural e museológico.“Estou disponível com a Câmara, com os novos accionistas e as pessoas que aqui trabalham, darmos as mãos para encontrar soluções que viabilizem a unidade como transformar a fábrica num pólo educativo, de instrução, cultural e que se ligue ao Instituto de Emprego e Formação Profissional e aos centros de ensino. A própria fábrica deve ser um centro museológico, mas também de instrução e educação criando condições para a sua expansão. Temos fazer com que isto dure”, afirmou o ministro.Pinto Ribeiro elogiou “a decisão de recuperar e relançar esta fábrica”, prometendo em conjunto com a autarquia e o grupo Visabeira “estudar soluções” para a empresa, que pode ser “apoiada num ponto de vista empresarial, de ensino e cultural”.“Esta fábrica de faiança das Caldas da Rainha tem um valor histórico, cultural e patrimonial muito importante. Desde que fui alertado para a situação económica em que se encontrava, dispus-me para a sua recuperação”, referiu.Segundo o governante, os apoios poderão passar por programas no âmbito da valorização do território, factores de competitividade, capital de risco, apoio à modernização e ao nível do potencial humano, para além das linhas regionais no âmbito da CCCR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional) Centro e das compensações pela não construção do aeroporto na Ota.À margem da visita foi divulgado que uma selecção de peças “prime” da Bordalo Pinheiro vai passar a estar disponível nas lojas Vista Alegre, numa nova estratégia de distribuição implementada pela VisaBeira, revelou José Luís Nogueira, administrador do Grupo.“Vamos fazer chegar as peças às pessoas para elas poderem voltar a retomar este imaginário das peças de Bordalo Pinheiro”, explicou o administrador, sublinhando a criação de uma nova rede de distribuição com recurso “a um conjunto de sinergias com as outras unidades”.Fazer chegar as peças a um maior número de pessoas vai ainda passar pela realização de exposições, a primeira das quais no Palácio do Gelo, em Viseu. A mostra, intitulada “125 anos, 125 peças”, será “uma forma de comemorar os 125 anos da empresa”.De entre as iniciativas que integram as comemorações, José Luís Nogueira destaca intervenções com artistas portugueses que “vão criar uma peça por mês”, para além das peças comemorativas que a fábrica tem em produção.Os novos proprietários da Bordalo Pinheiro estão optimistas, porque nos primeiros quatro meses, para além de manterem os 172 postos de trabalhos, já aumentaram o quadro de pessoal e foram deslocalizados técnicos de outras empresas do grupo para o sector artístico.
Museu nacional tem apoio
O projecto para a criação do Museu Nacional de Cerâmica nas Caldas da Rainha pode avançar com apoio do Ministro da Cultura.Pinto Ribeiro falava aos jornalistas à margem da visita à fábrica Bordalo Pinheiro, afirmando que “existem condições para avançar este projecto”.“Há um grupo de pessoas que deve pensar e formular isso. Devemos trabalhar em parcerias e em rede. A Câmara, os Museus, o Instituto da Conservação, as empresas e as pessoas. Em vez de andar cada qual a fazer uma coisa para seu lado. Devemos fazer coisas sustentadas e em conjunto. É tempo de darmos as mãos e fazermos as coisas bem”, disse.O ministro da cultura considerou que o Ministério da Saúde “não será problema” para ser criado o Museu Nacional da Cerâmica nas Caldas da Rainha, se a escolha recair nos Pavilhões do Parque.Ainda assim o governante ainda não falou com a ministra Ana Jorge para resolver o problema dos Pavilhões do Parque, propriedade do Ministério da Saúde“Ainda não sei como vai ser o projecto do Museu de Cerâmica, porque há terrenos. Os projectos antigos vão ser revistos porque há novas possibilidades. O senhor presidente da Câmara esteve a explicar isso tudo. O poder local tem legitimidade própria e está próximo dos problemas e das pessoas. As coisas todas feitas a partir de Lisboa não correm bem”, frisou.Quem saiu satisfeito com as palavras do Ministro da Cultura foi Fernando Costa, que confirmou que apresentou o projecto do Museu Nacional da Cerâmica nas Caldas, onde poderá entrar o Grupo Visabeira como parceiro.“Reafirmei ao senhor ministro que para Caldas não deve ser apenas um simples alargamento do Museu de Cerâmica, mas a transformação de um Museu Nacional. O Grupo Visabeira é proprietário da Vista Alegre e da Bordalo Pinheiro. Caldas pode receber peças de todo o lado e pode reforçar essa ideia de um Museu Nacional”.Fernando Costa, confrontado com a possibilidade desse projecto ser nos Pavilhões do Parque, foi mais defensivo, ao referir que existem pessoas a favor e contra nestas discussões.“Eu acho que as opiniões estão muito em cima das eleições autárquicas e legislativas e a ideia principal é de um Museu Nacional. Se é mais para a zona da Bordalo, mais para a Mata ou para os Pavilhões do Parque, deixamos isso para depois”, comentou.
Carlos Barroso

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